Apesar de ter se apresentado no último dia 2, a delegada Sandra Regina Simão de Brito, da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), conseguiu a prisão preventiva de Givaldo Aparecido Nunes de Souza, que tentou matar a ex-mulher degolada, no Jardim dos Estados, mais conhecido como BNH, em Coxim.
Sheila Forato/Edição de Noticias
Givaldo foi preso por tentativa de feminicídio que esfaqueou pescoço da ex-mulher
Conforme a delegada, a prisão foi concedida pela Justiça ontem e após incessantes buscas a defesa apresentou Souza na DAM, nesta sexta-feira (17). Ele não quis dar a sua versão, nem à polícia, tão pouco a imprensa. Ao Edição MS, o autor se limitou a dizer que foi casado com Maria Aparecida Tenório da Silva, de 51 anos, por cinco anos e que nunca tiveram uma discussão.
No dia do crime, a vítima estava em frente a casa em que trabalha quando o ex-marido chegou, a surpreendeu de costas e passou uma faca em seu pescoço. A faca era da peixaria em Souza trabalhava e fez um grande corte na vítima. A cicatriz compromete metade do pescoço, de acordo com fotos registradas pela polícia.
Para a delegada, a prisão do autor é vista como uma conquista, principalmente neste mês, quando se comemora o aniversário da lei Maria da Penha. Apesar de toda simbologia, Sandra afirma que o tema da violência contra a mulher é sempre atual e a debate tem de permanecer em pauta, pois, infelizmente o Brasil ocupa o 5° lugar no mundo no ranking da violência doméstica.
Agosto Lilás
É uma campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher que envolve secretarias municipais e estaduais e, sobretudo, as escolas do país. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, tramitam no Judiciário cerca de 900 mil processos sobre o tema, sendo 10 mil deles sobre casos de feminicídio (crime de morte envolvendo uma mulher pelo fato de ser mulher, uma questão de gênero).
A secretaria de Governo do governo Federal divulgou outro número assustador: 15 mulheres são mortas por dia pelo fato de serem mulher. Por ano, 500 mil mulheres são vítimas de estupro e estima-se que apenas 10% dos casos chegam à polícia. “A união entre as mulheres é fundamental para reverter essa triste realidade”, finalizou a delegada da Mulher de Coxim.