No último sábado (02), terminou o prazo estipulado pela legislação para o fechamento dos lixões a céu aberto nos municípios brasileiros. Apesar dos quatro anos de prazo, a maioria das cidades de Mato Grosso do Sul não conseguiu se adequar, como Coxim.
O prefeito da cidade, Aluizio São José (PSB), informou para reportagem do Edição de Notícias que ao assumir a administração, em janeiro de 2013, não encontrou nenhuma ação nesse sentido, mas, começou a trabalhar para mudar a realidade de Coxim.
Por meio do Cointa (Consórcio Intermunicipal da Bacia do Rio Taquari), os prefeitos da região norte conseguiram o patrocínio por parte do governo do Estado para a elaboração de um Plano Regionalizado de Resíduos Sólidos.
O plano apontou que Coxim, Pedro Gomes e Sonora deveriam se aliar na construção de um grande aterro sanitário para atender os três municípios. A partir de então, os três prefeitos começaram a trabalhar nesse sentido.
Aluizio São José conta que projetos foram elaborados e cadastrados junto ao governo Federal, através da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), mas até agora as cidades não obtiveram retorno.
“Não é um projeto pequeno, que demanda de pouco recurso. Dar a destinação correta ao lixo custa caro e os municípios dependem de recursos federais.
A legislação estipulou o prazo, mas o governo Federal não criou programa para a construção dos aterros”, lamentou o prefeito de Coxim. Entretanto, Aluizio não se exime da responsabilidade de resolver a questão, pois tem convicção que ao contribuir para a destinação correta do lixo vai deixar um grande feito para a população de Coxim.
Herança
Coxim era para ser um dos municípios pioneiros em Mato Grosso do Sul, até mesmo no Brasil, a dar fim no descarte de lixo a céu aberto, pois recebeu R$ 310 mil do Ministério do Meio Ambiente em 2002, na gestão de Osvaldo Mochi Junior (PMDB), para a construção de um aterro sanitário.
O fato é que o aterro sanitário nunca funcionou. Por conta dessa obra, Junior Mochi, que hoje é deputado estadual, é alvo de um processo movido pelo Ministério Público Federal, pelo qual já foi condenado em primeira instância a devolução de mais de R$ 1 milhão.
Além da devolução dos valores, Mochi teve os bens indisponibilizados, foi proibido de contratar com o poder público, assim como teve os direitos políticos suspensos por oito anos. Como cabe recurso, o deputado recorreu da sentença ao TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).