Quarta-feira, 24 de Abril de 2024


Rural Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020, 11:15 - A | A

Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020, 11h:15 - A | A

Agro

Pecuária pode ser agente para combate às queimadas, diz setor produtivo

A criação de gado pode servir para tirar a relva mais seca dos pastos, evitando assim, os focos de incêndios

Flávio Veras
Campo Grande

ms.gov.br

Governo de MS controla queimadas no Pantanal de Corumbá

Governo de MS controla queimadas no Pantanal de Corumbá

O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Leite, avalia que as queimadas no município devem impactar no setor produtivo, mas a pecuária pode ser um agente de auxílio no combate ao fogo. De acordo com Aguilar, a pecuária pode servir para evitar as queimadas, já que o boi tem a capacidade de se alimentar do mato seco.

 

“As áreas que sofreram com o incêndio, em Corumbá, estão em frente à cidade, onde não há a existência da pecuária há 46 anos, desde a última enchente de 1974 que inviabilizou a produção neste local”, explica Leite.

 

Segundo o representante local dos produtores, na área afetada foram criadas duas reservas, fator que pode ter contribuído para o cenário. “Foram criadas duas reservas nessas áreas, onde está intensificado esse fogo. O boi é o bombeiro do Pantanal, um pesquisador antigo da Embrapa já falava se não existe o boi na localidade vira um grande incêndio. Com essa grande seca, o que vai minimizar é a pecuária na beira do rio, principalmente nessas reservas onde já era utilizada a pecuária, na década de 70, uma vez que lá o boi consome a macega que é inflamável e isso evita os incêndios”.

 

Para o presidente do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Mauricio Saito, a estiagem na região do Pantanal, que já faz parte da rotina pantaneira, se intensificou em 2020, e o tempo seco e quente contribuiu para o avanço dos focos de incêndio na vegetação, que apresenta características de alta combustão.

 

“Os produtores rurais que possuem propriedades nestas áreas, de forma geral, já se preparam para enfrentar o período, com iniciativas para controlar a situação, amenizar os prejuízos e proteger a integridade física de pessoas e animais. Entre elas, está o suporte no combate aos focos, com maquinários, infraestrutura e logística, além de práticas como aceiros ao redor de cercas, casas, galpões e mangueiros, e transferência de animais para outras áreas”, afirma Saito.

 

Durante a transmissão ao vivo realizada na última sexta-feira (14), na rede social do Governo do Estado, o secretário da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, fez um balanço da Operação Pantanal, e falou das ações em prol do combate na região. 

 

“Decretamos a emergência ambiental aqui em Mato Grosso do Sul na qual se proíbe qualquer tipo de queimada, controlada ou não está proibida. Isso significa que qualquer tipo de incêndio, urbano ou rural, neste momento, é criminoso, não existe autorização para que se faça essa prática no Estado de Mato Grosso do Sul. Além disso nós temos o estado de emergência declarado para o município de Corumbá e Ladário, reconhecido pelo Governo Federal. No combate estamos fazendo um trabalho integrando a coordenação do Corpo de Bombeiros de MS com o Estado Mato Grosso, para o bioma dos dois estados”.

 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS